Discentes: Ana Beatriz Fonseca, Ana Carolina Cruz, Beatriz Pereira, Fernanda Marinho, Mariana Rebouças, Rebeca Silva, Ritieli Barbieri, Tainan Vieira Mota
Professora orientadora: Drª. Lidia Cristina Villela Ribeiro
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível causada por espécies de Mycobacterium tuberculosis que acomete majoritariamente os pulmões, mas pode também ser extrapulmonar, acometendo outros órgãos. No Brasil, o cenário compreende um grave problema de saúde pública, que está intimamente relacionado a questões socioeconômicas e culturais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um quarto da população mundial está acometida pelo bacilo da TB, as quais apesar de não estarem doentes ou contagiosas, apresentam maior risco de desenvolver a patologia, principalmente aquelas que estão imunocomprometidas, como em pessoas que vivem com o HIV. Apesar do seu potencial de mortalidade, a TB é uma doença que pode ser prevenida e curada.
AGENTE ETIOLÓGICO
Mycobacterium tuberculosis
É a bactéria causadora da Tuberculose. Este patógeno, intracelular, é caracterizado como um bastonete delgado, ácido-álcool resistente, aeróbio obrigatório, são imóveis, não formadores de esporos, que medem de 0,2 a 0,6 × 1 a 10 µm.
Os bacilos, ocasionalmente, formam filamentos ramificados que podem ser interrompidos. A parede celular é rica em lipídios, o que torna a superfície hidrofóbica.
Mycobacterium tuberculosis
Possui crescimento lento em meio de cultura, além de ser capaz de se adaptar a vários tipos de antibióticos e de resistir ao sistema imunológico do hospedeiro, e que pode perdurar pela vida toda. A estrutura básica da parede celular é típica das bactérias Gram-positivas: uma membrana plasmática interna recoberta por uma camada espessa de peptidoglicano e ausência de membrana externa. Porém, é uma estrutura muito mais complexa do que em outras bactérias Gram-positivas
Mycobacterium tuberculosis
Quanto a virulência, são fatores que lhe confere resistência e adaptação:
- Presença de genes da biossíntese de ácido micólico (ie hadABC).
- Parede celular lipídica com GLGA.
- Capacidade de desenvolvimento no meio intracelular de macrofagos alveolares.
- Desenvolvimento de uma subpopulação dentro da própria população bacteriana.
Mycobacterium tuberculosis
Quanto a virulência, são fatores que lhe confere resistência e adaptação:
- Presença de genes metabólitos do carbono e de biossíntese de lipídios, isocitrato liase (ICL), trealose e Sigh.
- Regulação da transcrição.
- Presença de toxinas do sistema antitoxina.
Importante citar que M. tuberculosis é um patógeno intracelular que é capaz de estabelecer infecções que duram a vida toda.
CICLO BIOLÓGICO
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Tuberculose ativa e contagiosa:
IMUNOPATOLOGIA
→ No caso do Mycobacterium tuberculosis, após o contágio, as barreiras protetoras do trato respiratório são superadas e o microorganismo se aloja nos alvéolos pulmonares, onde pode ser reconhecido por macrófagos alveolares, células dendríticas, neutrófilos e células epitelióides alveolares.
→ Esse reconhecimento é mediado por receptores de superfície celular (Toll Like Receptors 2 e 4, receptor de manose e receptor do complemento tipo 3) e de citosol (Nod Like Receptors) que podem ou não promover ativação celular, resultando na fagocitose do bacilo, expressão de citocinas e quimiocinas e ainda promovendo recrutamento celular.
→ A fagocitose por macrófagos alveolares é o primeiro evento na relação do patógeno com o hospedeiro estando diretamente envolvida na evolução da doença, uma vez que constitui um dos primeiros mecanismos de tentativa de eliminação do patógeno.
→ Dentro de 2 a 6 semanas após a infecção, ocorre o desenvolvimento da imunidade mediada por células resultando em um influxo de linfócitos e monócitos ativados para o local da lesão resultando na formação do granuloma. Entretanto, o Mtb é capaz de atrasar a resposta imune adaptativa inibindo a migração de células infectadas para os linfonodos drenantes e permitindo que seja gerada uma grande quantidade de bactérias antes que a resposta adaptativa possa se desenvolver para controlar a infecção.
→ Durante o desenvolvimento do granuloma, os macrófagos evoluem para células epitelióides especializadas ou podem se fundir formando células gigantes multinucleadas ou ainda se diferenciarem em macrófagos espumosos (caracterizados pelo acúmulo intracelular de lipídeos) que junto com os linfócitos e polimorfonucleares, circundam os macrófagos infectados formando a região central do granuloma. Na periferia são observados linfócitos T e B que modulam a resposta dos macrófagos.
→ O Mycobacterium tuberculosis utiliza diferentes estratégias para escapar da resposta imunológica no indivíduo infectado, seja através de ações que dificultam a apresentação de antígenos, do bloqueio de funções vitais das células até a inibição de vias de sinalização intracelulares e da indução de morte celular.
O granuloma é uma estrutura altamente dinâmica que promove a proliferação da bactéria.
É uma tentativa do sistema imune de segregar a infecção, prevenindo a disseminação da bactéria e focando a resposta imune diretamente no sítio de implantação.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
O tratamento atual da Tuberculose é quase sempre iniciado com base na história clínica, sintomas e sinais e nos achados radiológicos e resultados do teste tuberculínico. Compreende o uso de quatro drogas (isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida), durante um período de dois meses.
PROFILAXIA
PROGRAMA DE CONTROLE DA TUBERCULOSE (PCT)
- Programa nacional que visa a redução da morbidade, mortalidade e transmissão da tuberculose por meio de ações como:
- Vigilância epidemiológica (detecção de novos casos, cura e diminuição do abandono do tratamento)
- Ações educativas em saúde
- Capacitação de profissionais
- Aperfeiçoamento do SINAN
Vacina BCG
- Foi criada em 1.921 por Léon Calmette e Alphonse Guérin, dando origem ao nome BCG.
- A vacina BCG não oferece eficácia de 100% na prevenção da tuberculose pulmonar, mas sua aplicação em massa permite a prevenção de formas graves da doença, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada).
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
No Mundo
Mais comumente identificada em áreas tropicais, principalmente África e Ásia.
Nas Américas
Atinge principalmente a região do Brasil, Peru, México, Haiti, Colômbia e Venezuela.
No Brasil
Atinge principalmente as regiões Norte e Sudeste, sobretudo os estados do Amazonas, Acre e Rio de Janeiro.
Populações de risco
Moradores de rua, população carcerária, infectados pelo HIV e população indígena, que em geral vive em uma situação de pobreza e têm um risco três vezes maior de contrair a doença, são os grupos mais suscetíveis à doença.